Boas Novas, hoje

“O problema com que nos confrontamos, ao abordar o homem moderno atualmente, não é como devemos mudar os ensinamentos cristãos a fim de torná-los mais tragáveis, pois fazê-lo significa jogar fora toda chance de dar uma resposta real ao homem em desespero. Ao contrário, o problema é como comunicar o evangelho de modo a ser entendido.” ¹

Nós, cristãos, temos problemas ao falar do evangelho para o homem de hoje, devido a nossa própria distância do mundo. Estamos constantemente falando outra língua, mesmo ao lado dos não-cristãos. Como pregar, se ao falarmos as palavras “céu” e “inferno”, muitas pessoas estão vacinadas e riem por dentro diante da simples menção de tais termos? Elas não entendem o que dizemos, porque rejeitam os pressupostos necessários para compreender quaõ maravilhosa é a grande boa notícia. Nós simplesmente esperamos que as pessoas aceitem o evangelho pelo método da repetição: dizemos sempre as mesmas frases e esperamos resultados diferentes.

Devemos então amaciar o evangelho, a fim de torná-lo aceitável? Claro que não ², mas, além de dar testemunho do que dizemos, devemos acompanhar um processo, para que quem nos ouça perceba que o cristianismo é a unica resposta satisfatória para seus anseios humanos.
“Quando o carcereiro de Filipos perguntou a Paulo e Silas: ‘Que devo fazer para que seja salvo?’, a passagem que se segue é: ‘Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa. E lhe pregaram a palavra de Deus, e a todos de sua casa’.
O que Paulo e Silas disseram em resposta à pergunta não caiu no vazio. Por causa do terremoto e da maneira admirável que Paulo e Silas se comportaram na prisão, o carcereiro tinha razões para estar cônscio da existência de um Deus pessoal – que atua na história, responde orações e dá realidade à vida dos homens. Mas isso não foi tudo. Toda a cidade estava agitada por causa do que Paulo e Silas haviam dito e feito antes que fossem postos na prisão. Finalmente, pela precisão da pergunta do carcereiro e pelo que sabemos de outras passagens sobre o costume constante de Paulo, parece que o carcereiro já havia ouvido a mensagem cristã do próprio Paulo.” ¹
Veja, antes de qualquer arrependimento, existem dois pressupostos, dos quais uma pessoa deve estar convicta antes que entenda com profundidade o plano de salvação:
  • Deus existe, um Deus pessoal, real, vivo;
  • Sou culpado perante Deus, uma culpa moral verdadeira.
A grande questão é como apresentar essas verdades de modo que as pessoas ouçam. Isso requer um verdadeiro esforço de compreender a situação em que a pessoa se encontra, para que então possamos falar em sua língua. Paulo entendeu isso, pois ele "se fez tudo para todos" ³ e assim pregou o evangelho. Paulo, Silas e inúmeros missionários fizeram bem mais do que simplesmente apresentar o plano de salvação e perguntar a pessoas se o aceitam ou não, enquanto permanecem numa bolha intocável. Eles foram uma verdadeira ferramenta de Deus usada para tirar pessoas do fundo do abismo. 4

Falar “evangeliquês” enquanto mantemos uma pose intocável é ínfimo perto da necessidade que as pessoas têm de Deus. É jogar palavras repetidas no vazio. Devemos sim, antes, dar testemunho da presença do Deus vivo em nossas vidas, e falar, de forma que as pessoas entendam, do evangelho integral. O evangelho é mais que cinco pontos e alguns tópicos, é uma cosmovisão, é Palavra de Deus que muda vidas, e merece ser compartilhado com cuidado, temor e amor.

1 Os trechos citados são do livro "O Deus que Intervém", de Francis Schaeffer;
2 Referência aos defensores de uma teologia liberal, a la Rob Bell;
3 I Corintios 9.19-23;
4 "O evangelho não é como um bote salva-vidas, cujo tripulante enquanto joga bóias a náufragos ainda conscientes no meio do mar, pergunta 'Você aceita? Quer subir?'. O evangelho é como uma mão que te te traz a tona, porque antes você estava morto no fundo do oceano."


Postei também no meu blog.
Weinne Santos

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