E se eu voltasse aos dezesseis?

Dezesseis dias permaneceu a missionária norte-americana Rosalee Appleby atravessando o mar em um navio. Assentada no convés do vapor, recordava-se das palavras de um grande cristão – Dr. Alberto Mazoni: “É para lastimar que não recebamos ao mesmo tempo as virtudes da mocidade e a sabedoria da maturidade”. Entusiasmo, energia, iniciativa, ligados à prudência e moderação.


Não tendo outra coisa a fazer nos muitos dias de travessia oceânica, pôs-se a missionária a meditar o que faria se pudesse voltar aos dezesseis anos, com o conhecimento e experiência de sessenta e cinco. No folheto intitulado “Se eu pudesse voltar aos dezesseis anos”, Rosalee Appleby fala aos jovens:
“Procuraria ser digna de amizades que enriquecem e enobrecem a vida. Buscaria a convivência de almas que conhecem o caminho do Trono; que entendem o valor das coisas espirituais; pessoas cujos ideais são elevados e puros. Fugiria como duma serpente de tudo que desagrada e mancha os pensamentos e sentimentos, seja em literatura, música ou amizade. O tempo é curto. A vida é passageira. Não há lugar para aquilo que diminui a nossa capacidade para o digno ou o belo. Deixaria invadir a minha mente e coração diariamente uma frase bela, um pensamento nobre, uma canção elevada. Descobriria tempo para o que é de real valor. Sem organizar e disciplinar nosso tempo, nunca sobram momentos para cultivar a vida espiritual. Aproveitaria, ainda, todas as oportunidades possíveis para ser uma benção para os outros. Alguém disse que cada aperto de mão terá influência até à eternidade. A nossa passagem no caminho da vida pode ser uma marcha triunfal, deixar rastros luminosos.
Principalmente, colocaria Jesus Cristo em primeiro lugar no meu coração. A estalagem de Belém não foi o último lugar que se achou ocupado demais para receber Jesus. Quantos corações não acham lugar para Ele. Estão cheios do mundo; de si mesmos. E também nem sempre O encontramos em Sua casa, a Igreja. Programas, planos humanos, organizações ocupam o Seu lugar. A Igreja é preciosa ao coração porque é a casa dEle. A doutrina é importante somente porque leva-nos a ser semelhantes a Ele. A Bíblia é valiosa porque são Seus ensinos. A vida vista, vivida nEle, na Sua presença e para Sua glória. Viver a única vida concedida aqui na terra fora da Sua vontade é a maior das tragédias. Se tivesse mil vidas colocaria todas aos pés dEle, para andar, trabalhar e servir no modo e no lugar da Sua escolha. E quando minha voz aqui na terra silenciar, ecoará ainda da eternidade, implorando à querida juventude brasileira, a buscar com toda sinceridade da alma a estrada escolhida por Aquele que nunca erra."¹
¹APPLEBY, Rosalee. Se eu pudesse voltar aos dezesseis anos. Folhetos de Poder no 20. Os trechos copiados são um resumo das mensagens do folheto.

Fonte: VEIGA, Ana Cecília Rocha. Missionários do Cotidiano, 2007

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